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Valor Econômico cita o aporte na Pixeon como caso de sucesso

Por Pixeon em 3 de abril de 2014

Investidor vê com cautela aporte em

 

companhia novata

 

Tornar um pequeno negócio bem-sucedido não é uma tarefa simples. De acordo com o relatório mais recente do Sebrae, de cada cem negócios abertos no país, 24 fecham as portas com menos de dois anos de atividade. No caso de empresas de inovação, de cada dez empresas investidas, uma a três são muito bem-sucedidas, três fracassam e o restante produz resultados razoáveis, de acordo com fundos de investimentos especializados nessa área.

No Brasil, em 15 anos, quatro em cada dez startups de tecnologia fracassam; outras quatro apresentam resultados razoáveis e duas são bem-sucedidas, diz Gustavo Caetano, presidente da Associação Brasileira de Startups, entidade que representa 2,5 mil das 10 mil companhias novatas existentes no país. Muitas dessas companhias garantem uma sobrevida maior com aportes de investidores. Mas, no último ano, disse Caetano, os investidores pisaram no freio. “Muitos fundos, principalmente internacionais, fizeram grandes apostas no comércio eletrônico, mas viram que a logística e o custo da operação são altos. Os investidores estão ficando mais cautelosos”, afirmou.

Algumas companhias que surgiram como promessas causaram dores de cabeça no último ano, como o clube de compras de sapatos Shoes4You, o serviço de filmes NetMovies e a companhia de jogos on-line Vostu. Por outro lado, houve casos de sucesso, como Restorando, Pixeon Medical Systems e Bebê Store, que receberam cada uma aportes de R$ 30 milhões e a Dafiti, com aporte de R$ 160 milhões.

Humberto Matsuda, sócio da Performa Investimentos, que administra dois fundos, um de R$ 26 milhões e outro de R$ 175 milhões, disse que a perspectiva de crescimento menor da economia e a desvalorização do real frente ao dólar contribuíram para uma revisão nos valores de mercado das companhias novas. “Hoje há mais oportunidades de entrar nas empresas com investimento mais baixo”, afirmou. Por outro lado, este é um ano ruim para vender participação em empresas, acrescentou.

A Performa Investimentos reúne recursos de 55 investidores-anjos, do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), do governo de São Paulo, da Caixa e da Finep – Agência Brasileira da Inovação. Desde 2011, a Performa fez aportes em sete empresas e a meta é chegar a 40 investidas até 2015.

A Redpoint e.ventures, joint venture entre os gestores de fundos do Vale do Silício Redpoint e e.ventures que lançou em 2012 um fundo de US$ 130 milhões com foco no mercado brasileiro, investiu em sete companhias em 2012 e mais seis no ano passado. Atualmente, a carteira conta com 12 empresas. Anderson Thees, sócio da Redpoint e.ventures, disse que o fundo desistiu da Shoes4You.

“A Shoes4You não chegou a quebrar, mas o modelo de clube de compras não pegou, acho que a proposta era muito vanguardista para o mercado neste momento”, afirmou Thees. Segundo ele, a Shoes4You foi fechada no ano passado, permitindo aos investidores apenas recuperar o valor aplicado. Apesar disso, a Redpoint e.ventures ainda vê potencial para investir no Brasil. “Nossa meta é manter o ritmo de investimento porque são aportes de longo prazo”, disse. Na visão do executivo, os investidores estão mais cautelosos e, porque a procura está menos intensa, está mais fácil negociar com novatas.

Um dos investidores que deixaram o Brasil foi o grupo americano Sequoia Capital, que chegou a contratar David Velez para triar possíveis investimentos no país, mas desistiu da operação. O grupo fez apenas um investimento de US$ 37 milhões no serviço on-line de busca de restaurantes Zomato, de origem indiana, mas que também possui operação no Brasil.

A Kaszek Ventures, gestora de um capital de US$ 100 milhões e liderada por dois ex-executivos do Mercado Livre, Hernán Kazah e Nicolas Szekasy, investiu em 24 companhias novatas na América Latina, sendo 16 no Brasil. Entre elas, disse o sócio Hernán Kazah, a companhia desistiu apenas da NetMovies, serviço de aluguel de vídeos on-line ou por domicílio. No ano passado, a Ideiasnet, a Tiger Global Management e a Kaszek Ventures saíram da operação.

A NetMovies sofreu uma reestruturação e se concentrou na Grande São Paulo, deixando de operar no Rio, em Belo Horizonte e no Nordeste. “A NetMovies acabou apresentando riscos financeiros maiores do que esperávamos no início”, disse Kazah. Sem citar números, ele disse que, ainda assim, a operação foi vendida com “bons resultados para os investidores”. Kazah segue otimista em relação aos outros investimentos e diz que vai esperar até sete anos para que os aportes feitos a partir de 2010 se provem lucrativos ou não. “Os negócios de tecnologia levam anos para se tornar lucrativos, é preciso estar preparado para isso.” O executivo também vê menos competição entre investidores por empresas novatas no país, o que facilita as negociações para novos aportes.

O fundo Atomico, que administra recursos da ordem de US$ 850 milhões, ainda não viu problemas em suas operações no Brasil: o site de produtos para bebês Bebê Store; o site de reservas de restaurantes Restorando; o portal de entrega de refeições PedidosJá; e o serviço on-line de vendas de autopeças Connect Parts.

No entanto, o grupo de investimentos tem preferido reforçar aportes em empresas da sua carteira atual em lugar de procurar novas companhias para investir. “A questão é encontrar companhias que sejam boas e que tenham chances de se tornar grandes grupos. A estratégia consiste em se manter em negócios que possam se consolidar e ter grande sucesso. Não tenho um compromisso em investir mais ou menos no Brasil, depende das empresas que encontrarmos”, afirmou Niklas Zennström, fundador do Atomico e co-fundador do Skype. Recentemente, o fundo, em parceria com a W7 Capital, anunciaram um aporte de R$ 30 milhões na Bebê Store.

Alexandre Villela, diretor de investimentos da Intel Capital, considera que 2013 foi um ano de correção no mercado brasileiro de startups. “Por conta da procura excessiva de fundos entre 2010 e 2012, as companhias estavam supervalorizadas. No ano passado houve uma correção nesses valores. Muitos gestores preferiram se voltar à carteira de investimentos que já possuem”, disse Villela.

A Intel Capital fez aportes em três empresas em 2013, a WebRadar, a Geofusion e a Mandic. A Intel Capital tem investimentos em 18 companhias no país, entre elas a Vostu, de jogos on-line, fundada em 2007 e que captou US$ 50 milhões de Intel Capital, Tiger Global, Accel Partners e General Catalyst. A empresa chegou a ser considerada uma das 100 startups mais valiosas do mundo em 2011 pelo site “Business Insider”, avaliada em US$ 300 milhões, mas teve que se reestruturar após apresentar perdas devido à concorrência no setor e ao pagamento de multas à concorrente americana Zynga em um processo por violação de direitos autorais.

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