Hospitais geralmente têm rotinas dinâmicas e complexas e, para um bom funcionamento do centro cirúrgico, é necessário um gerenciamento minucioso.
Sendo assim, quando falamos em gerenciar um centro cirúrgico, é fundamental ter total controle dos processos estratégicos, gerencial e operacional, de forma precisa e segura, integrando-os aos demais setores, como:
De fato, o centro cirúrgico é um dos ambientes que mais exigem segurança nos procedimentos e não estamos tratando aqui apenas de equipamentos e aparelhagem sofisticada. Dessa forma, um bom sistema de gestão é indispensável e faz toda a diferença para garantir essa segurança.
Neste artigo, trazemos possibilidades e vantagens que um sistema de gestão oferece para gerenciar um centro cirúrgico, além de conceitos para entender como fazer um bom controle de custos. Confira!
A gestão de um centro cirúrgico começa pela pré-internação, onde é possível ter as informações do paciente e dos procedimentos que vão ser realizados. Após a autorização da cirurgia, o paciente está elegível para a marcação do procedimento.
Na marcação, um sistema de gestão auxilia o profissional a ter uma visão geral de todos os agendamentos e solicitar, de acordo com a disponibilidade, os cadastros prévios dos recursos especiais que podem ser utilizados na cirurgia, como: reserva de UTI, banco de sangue, bisturi etc. Se algum desses recursos não estiver disponível na data e na hora solicitadas, o sistema emite um alerta.
Após a marcação, automaticamente, é gerado o número de solicitação de materiais e medicamentos para o estoque, que terá controle de tudo o que será utilizado. Quando o paciente chega para a cirurgia, os itens estarão separados em suas quantidades certas, evitando, assim, atrasos nas cirurgias e desperdício de materiais.
O consumo de materiais e medicamentos é identificado e, logo após, é realizado o registro da cirurgia, que compõe a nota da sala. No registro, é documentado todas as atividades realizadas, quais foram os profissionais responsáveis, o procedimento aplicado, possíveis auxiliares, bem como todos os materiais e medicamentos utilizados. No momento da identificação do consumo, o sistema gera uma solicitação de devolução para o estoque do que não foi usado.
Nos casos de cirurgia obstétrica, além de todas essas informações, é possível também lançar a quantidade de recém-nascidos por dia. Tudo isso de forma rápida e fácil, trazendo mais segurança na informação, rastreabilidade de dados, controle na movimentação de produtos e automação do faturamento.
O controle de custos de um centro cirúrgico envolve a coleta, a classificação e a organização de diferentes dados referentes aos custos de serviços e produtos do hospital, de maneira a transformar essas informações em relatórios de dados estatísticos e padronizados.
A implantação de um sistema de custos em hospitais é um processo complexo. Afinal, um hospital possui múltiplos serviços e profissionais atuando simultaneamente, além de amplo volume de dados que precisam ser coletados. No entanto, apenas por meio de um sistema de gestão é possível controlar os custos hospitalares com mais eficiência.
Os custos de centro cirúrgico podem ser analisados a partir de diferentes aspectos como os gastos com equipe, materiais, procedimentos realizados e até mesmo pela taxa de ocupação das salas. Mas existem dois tipos custos que devem ser mapeados e que têm um grande impacto no orçamento das instituições:
Mais de 1 milhão de infecções relacionadas à assistência de saúde (IRAS) ocorrem todos os anos e são uma das principais causas de morte nos Estados Unidos. São gastos US$28 a US$33 bilhões com cuidados de saúde relacionados a IRAS todos os anos.
A média do custo de tratamento da infecção de sítio cirúrgico (ISC) é de US$ 3.152,00, com aumento da permanência hospitalar entre 7 e 14 dias.
Os EA cirúrgicos contribuíram para o aumento dos custos da assistência hospitalar. Mais de 60% dos custos partem do tempo de permanência atribuída aos EA cirúrgicos e, em cerca de 45% dos EA cirúrgicos, o paciente tem acréscimo médio de 14 dias de internação.
Quanto à questão financeira e ao tempo de internação, com base na literatura científica, o valor gasto com as internações hospitalares chega a ser 200,5% maior na ocorrência de eventos do que nas internações sem eles, além do tempo de internação ser, em média, 28,3 dias a mais.
Saiba mais sobre as causas mais frequentes de EA nos centros cirúrgicos
A partir do controle e mapeamento desses custos, os gestores podem tomar decisões estratégicas para minimizar esses gastos, reduzindo o tempo de permanência hospitalar dos pacientes e otimizando o trabalho dos profissionais. Nesse sentido, gerenciar um centro cirúrgico com um sistema de gestão avançado é a melhor forma para obter maior eficiência do setor.
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Sobre a autora
Tatiana é enfermeira, Mestre em Enfermagem e Doutoranda pelo Programa de Pós-Graduação em Enfermagem da Universidade Federal de Santa Catarina (PEN/UFSC). Sua linha de pesquisa está voltada para a área cirúrgica, enfocando os cuidados preventivos às infecções hospitalares, visando a segurança do paciente.
É apaixonada pela área da saúde e pelos desafios que a profissão lhe trás como o avanço da tecnologia em saúde. Em paralelo adora leituras sobre investimentos e negócios, curte muito práticas físicas e uma boa alimentação.
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