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Pixeon na revista Empreendedor

Por . em 22 de setembro de 2010

A Pixeon foi citada em matéria da revista Empreendedor deste mês: há espaço para as empresas brasileiras de TI crescerem, mas é preciso união para aproveitar as oportunidades.

Bom Mercado

por Beatrice Gonçalves

O mercado brasileiro de softwares e serviços não parou de crescer mesmo com a crise econômica mundial. Em 2009, o setor aumentou a produção em 4% e as exportações em 7%, movimentando US$ 15,3 bilhões, valor equivalente a 1% do PIB brasileiro. Com o resultado, o País manteve a 12ª posição no mercado mundial de soft wares e serviços. O desempenho brasileiro foi três vezes maior do que a média do mercado global de tecnologia da informação, que registrou aumento de 0,89% em 2009. Os dados são da pesquisa Mercado Brasileiro de Software – Panorama e Tendências –, da Associação Brasileira das Empresas de Software (Abes), entidade de classe que congrega mais de 800 empresas de TI do Brasil. O estudo foi realizado pelo instituto International Data Corporation (IDC).

Em 2009, o mercado mundial de tecnologia da informação movimentou US$ 1,43 trilhão, 2,7% abaixo do que foi registrado no ano anterior. Uma retração de mercado que não foi sentida na América Latina, que fechou o período movimentando US$ 65 bilhões – um crescimento de 6,5% em comparação com 2008. Pela estimativa do IDC, o mercado total de tecnologia da informação da América Latina deve continuar a crescer a uma média de 6,3% em 2010, e um dos principais responsáveis por esse crescimento deve ser o mercado brasileiro de TI. A expectativa é que o Brasil registre aumento de 15% nas vendas de produtos e serviços de tecnologia da informação este ano em comparação com 2009. Entre os setores mais promissores estão o de produtos e serviços de infraestrutura, o de expansão da computação em nuvem – a expectativa é que a oferta de serviços nesse segmento cresça 45% este ano – e o de aplicativos de análise e de inteligência para os negócios, que deve crescer mais de 10% em 2010.

Para Gérson Schmitt, presidente da Abes, o Brasil pode aumentar sua participação no mercado mundial se investir mais na produção e desenvolvimento de hardwares e softwares. “Vejo um futuro promissor se o modelo brasileiro for apoiado em produto, solução e inovação. Se formos mais um a investir em serviços, precisaremos de uma grande quantidade de mão de obra e não temos profissionais suficientes. Além disso, se optarmos pelo modelo de serviços, seremos mais um a vender horas de trabalho.” O especialista considera que há um potencial muito grande a ser explorado no Brasil, mas para continuar a crescer é preciso resolver problemas estruturais.

Segundo Schmitt, falta incentivo à pesquisa e à inovação, não há mão de obra suficiente – a estimativa é que faltem 50 mil profissionais no setor de TI – e o modelo de exportação defendido pelo governo tende a valorizar a venda de serviços e o de desenvolvimento de softwares livres enquanto, o mais adequado, seria investir em  inteligência empacotada. Além disso, Schmitt explica que das 8,5 mil empresas que se dedicam ao setor de TI no País, 94% delas são formadas por micro e pequenas empresas, o que pode tornar mais difícil seu crescimento e internacionalização.

Para o presidente da Abes, o País precisa criar mecanismos para que as empresas brasileiras trabalhem de forma integrada e, com isso, ganhem espaço no mercado internacional. “Os principais movimentos para tornar as empresas maiores e mais fortes estão em organizá-las em verticais, como tem feito a Associação Catarinense de Empresas de Tecnologia (Acate). As verticais ajudam a organizar a cadeia de valor e, com isso, podemos ter uma organização mais robusta, que atraia mais negócios e, consequentemente, faça com que as empresas cresçam.”

O modelo de verticais foi desenvolvido pela Acate para organizar os diferentes segmentos de mercado de TI em Santa Catarina. A ideia é que esse sistema de associação entre empresas estimule o relacionamento entre as associadas da Acate. Isso faz com que uma empresa que antes atuava sozinha no mercado possa se fortalecer, associando-se a outras de segmentos semelhantes e complementares aos seus e que elas possam trabalhar juntas tanto para desenvolver soluções quanto para oferecê-las ao mercado. Até o momento, foram constituídas quatro verticais – telecomunicações, saúde, energia e segurança – e a expectativa da Acate é ampliar a iniciativa para outros segmentos como finanças, agronegócios, educação e têxtil. “Com esse modelo, empresas pequenas que não teriam acesso a muitos mercados conseguem se associar a outras, que podem complementar seu trabalho, e assim todo mundo ganha. Nós temos o caso de uma empresa do setor de energia que não conseguia oferecer sua solução para a Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) e que, após se associar à vertical, conseguiu ter acesso a esse mercado através de outras empresas também associadas que já ofereciam soluções para a Cemig”, explica Rui Gonçalves, presidente da Acate.

Sete empresas do setor de telecomunicações de Santa Catarina já estão associadas à vertical. São empresas de diferentes portes e perfis que se reúnem mensalmente para discutir assuntos de interesse do setor como formação de consórcios, desenvolvimento de soluções e capacitação de mão de obra. Para Norberto Dias, diretor da Vertical de Telecomunicações, a organização foi criada em um momento estratégico para o setor. “Com a fusão de grandes players de telecomunicações como a Oi e a Brasil Telecom, é natural que os fornecedores se juntem ou formem consórcios e parcerias para atender a essas grandes corporações. A oportunidade que a vertical dá de aproximar as empresas do setor é fundamental nessa nova etapa da economia, principalmente no setor de telecomunicações.”

Dias explica que com a organização do setor é possível também promover melhor as soluções desenvolvidas no estado, ainda mais em um momento em que o governo federal está discutindo a implementação de um plano nacional de banda larga. “Santa Catarina pode ser uma grande referência em tecnologia e produtos para o processo de popularização da internet no País.” Dias cita o caso da empresa catarinense Cianet, especializada em soluções de comunicação digital, que desenvolveu um processo inovador em escala mundial capaz de aproveitar os sistemas de transmissão de TV a cabo para trafegar banda ultralarga.

Ampliar a atuação no mercado também está nos planos de seis empresas associadas à Vertical de Saúde da Acate. Segundo Iomani Engelmann, diretor dessa vertical, a ideia é que a associação entre as empresas permita montar um portfólio integrado entre elas que ofereça produtos e serviços voltados à área da saúde. “Esse é um setor em que há uma concorrência muito grande entre os fornecedores, e o fato de você estar isolado e não ter um branding muito conhecido acaba dificultando a atuação no mercado. Queremos melhorar isso.”

 

 

Força da união

Engelmann é também diretor comercial da empresa Pixeon, especializada em inovação em diagnósticos por imagem, e explica que para a corporação participar da vertical pode ser a possibilidade de se tornar mais forte em um mercado hoje dominado pelas grandes, como Fuji e GE. “Estar inserido nesse cluster para nós é estratégico. É uma possibilidade de mostrar a seriedade da empresa, se tornar mais forte e ganhar mais corpo para exigir do governo brasileiro uma legislação específica para o setor de TI voltada para a área da saúde.”

A falta de normas para o setor é um problema que afeta toda a cadeia de TI de produtos e serviços para a saúde. Engelmann explica que sem uma legislação clara é difícil padronizar o setor, estabelecer critérios de qualidade e até mesmo exportar. “Grandes mercados como o europeu e o norte-americano têm normas específicas para o setor de tecnologia da informação para a saúde, mas no Brasil não há. Sem um controle rigoroso aqui do que é produzido, isso acaba sendo uma barreira para entrarmos em outros mercados.” Com a Vertical de Saúde, Engelmann acredita que o setor fica mais fortalecido até mesmo para exigir a regulamentação da cadeia e para discutir a questão com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Outro problema enfrentado pelo setor é a falta de linhas de investimento para subsidiar pesquisas na área. “Muitas vezes não há linhas de crédito específicas para o desenvolvimento de produtos e serviços de TI para a saúde, e isso faz com que as empresas não consigam realizar projetos como elas gostariam, ou então acabam vendendo parte de um projeto para conseguir desenvolvê-lo. Para melhorar isso, acredito que seja preciso aumentar a interação entre governo, empresas e universidades.”

O presidente da Acate, Rui Gonçalves, também cobra do governo uma atuação mais forte no setor de tecnologia da informação. Ele considera que o estado pode ser um dos grandes estimuladores do mercado de TI nacional. Gonçalves cita o caso de um software de gerenciamento de prestação de contas – desenvolvido pela catarinense Softplan/Poligraph – que foi vendido para o governo do Estado de Santa Catarina para prestar contas de empréstimos de recursos concedidos pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). O modelo agradou tanto ao BID que a entidade contratou a empresa catarinense para oferecer a solução a países da América Latina que têm contratos de empréstimos com o banco.

Principais mercados
País (US$ bilhões)
USA 488
Japão 113,4
UK 94,6
China 75,3
Brasil 30,5
Espanha 28,9
Índia 22,6
Rússia 18,1

Fonte: Pesquisa Mercado Brasileiro de Software – Panorama e Tendências 2009

Link para notícia em: Bom Mercado

 

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