
A cultura de segurança do paciente é definida como o resultado de valores e padrões que indicam o compromisso da instituição com a segurança dos pacientes nos serviços de saúde.
Quando bem estruturada, contribui para reduzir os riscos, os danos desnecessários e a ocorrência de eventos adversos em clínicas e hospitais, como danos aos pacientes causados por falhas durante a assistência prestada.
Ou seja, são práticas indispensáveis a qualquer instituição de saúde para oferecer um atendimento humanizado e focado em melhoria contínua, auxiliando a clínica a garantir a satisfação dos pacientes.
Todos os anos, milhões de pacientes são prejudicados por cuidados de saúde sem a devida segurança. De acordo com o Instituto QSP, de 4% a 17% dos pacientes que são atendidos em um serviço de saúde sofrem incidentes relacionados à assistência (que não está relacionado à sua doença de base), o que representa um risco para sua saúde e sua recuperação.
Para entender melhor o que é e qual é a importância de trabalhar a cultura de segurança do paciente na sua instituição de saúde, continue a leitura deste artigo.
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Cultura de segurança do paciente nas instituições de saúde: o que isso significa?
A cultura de segurança do paciente deve ser um conjunto de diretrizes para garantir segurança na assistência médica em instituições de saúde.
Dada a relevância do tema, o Ministério da Saúde criou o Programa Nacional de Segurança do Paciente (PNSP), que tem como objetivo prevenir eventos adversos evitáveis.
É claro que falhas acontecem, inclusive nos serviços de saúde, mas é necessário atuar com foco na prevenção dessas falhas e, principalmente, na mudança da cultura de segurança do paciente e na análise dos incidentes relacionados à assistência à saúde.
O PNSP contribui para a qualificação do cuidado em saúde em todas as instituições do país, envolvendo não apenas os pacientes nas ações de segurança, mas também seus familiares para atuarem como vigilantes e apoiadores do cumprimento das diretrizes.
Além do PNSP, a Organização Mundial de Saúde (OMS) também instituiu 6 metas internacionais de segurança do paciente, preconizadas pela Joint Commission International (JCI):
- Identificação correta dos pacientes;
- Comunicação efetiva;
- Melhora da segurança dos medicamentos de alta vigilância;
- Cirurgia segura;
- Redução dos riscos de infecções relacionadas à assistência à saúde;
- Prevenção de danos decorrentes de quedas.
Essas metas passaram a contribuir para que as organizações de saúde disseminem a cultura de segurança em seus serviços.
Dessa forma, o envolvimento de órgãos reguladores, instituições de saúde geridas por profissionais capacitados e os próprios pacientes e seus familiares tem levado a avanços importantes em prol da cultura de segurança do paciente nas organizações, a partir de práticas e padrões para prevenir eventos adversos.
Por que zelar pela cultura de segurança do paciente?
Segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), é importante acompanhar a Cultura de Segurança do Paciente nos serviços de saúde pelos seguintes motivos:
- para medir as condições organizacionais que podem levar a possíveis danos em pacientes;
- para diagnosticar o nível de cultura de segurança do serviço de saúde e os possíveis riscos;
- para possibilitar o benchmarking interno e externo e a evolução das intervenções de segurança do paciente que estão sendo adotadas pelos profissionais do serviço de saúde;
- para acompanhar a evolução da cultura de segurança do paciente ao longo do tempo, assim como a notificação de incidentes.
Sendo assim, é fundamental implementar um plano de ação com práticas seguras e, a partir dos dados encontrados, iniciar o processo de melhoria em seu serviço de saúde.
Como transformar as políticas em cultura de segurança do paciente?
Depois que a instituição cria as políticas, o desafio passa a ser estimular as lideranças a internalizar a cultura de segurança do paciente.
Para contribuir com o fortalecimento dessa cultura de segurança do paciente e garantir o cumprimento das políticas da instituição, é importante adotar boas práticas para transformá-las em ações internalizadas nos profissionais de saúde, nos processos e nas rotinas assistenciais.
Algumas boas práticas que podem ser adotadas com esse objetivo:
- Criação de um Núcleo de Segurança do Paciente, definindo os membros responsáveis pela elaboração e pelo acompanhamento de notificações, análises e redução dos incidentes.
- Implementação de protocolos, como identificação do paciente, prática de higiene das mãos, segurança na prescrição e na administração de medicamentos.
- Notificação de incidentes, identificando as ocorrências e propondo medidas para preveni-las.
- Envolvimento do paciente, mantendo-o informado e vigilante sobre as políticas de segurança para prevenir incidentes.
Tão importante quanto internalizar a cultura de segurança do paciente, é estar em compliance com a Lei Geral de Proteção de Dados, que também tem esse objetivo. Confira um conteúdo completo que temos sobre o tema:
LGPD nas instituições de saúde: recomendações de segurança e compliance para soluções na nuvem






